Ela me mandou uma msg dizendo que era impossível
ficar parado. Ponto pra mim!
E nas semanas que antecederam o casório, eu tava
mais ansioso que a noiva! Tinha palpitações, fiz um intensivo na yoga...
Fui alugar a roupa e eu estava deveras elegante
com ela. Mas sabe como é...ela esconde o CORPO que eu suei para deixar
definido. Mas fazer o que, néam?
E chegou o Dia D.
Na hora que eu estava todo montado saindo de
casa, com assistentes segurando a minha cauda, caiu o maior pé d’água do MUNDO.
Cadê maquiagem? Cadê laquê? Cadê perfume. São
Pedro levou TUDO, elzeira do caralho! Invejosa!
E com a chuva, trânsito. Eu recebi um email com
orientações dizendo que os padrinhos deveriam chegar com meia hora de
antecedência pra treinar a entrada, receber as instruções finais, etc e etc.
Esse tempo já tinha passado há 30 minutos. E eu
tava longe da igreja ainda! No caminho, os outros padrinhos se alternavam nas
ligações. Acompanhem a evolução do teor das ligações.
- Onde vc ta, Venenoso???
- Venenoso, vc ta chegando?
- Venenoso, aonde exatamente vc está?
- Precisamos saber se entramos sem vc ou te
esperamos.
- A noiva já está AQUI.
Olha que maravilha! Eu não queria causar no
casamento, ser o centro das atenções?
E não é que eu consegui? Ah, se eu soubesse, não
teria gastado TANTO dinheiro na produção, néam?
Cheguei e todos os padrinhos – mesmo os que eu
não conhecia – já sabiam meu nome, endereço, telefone, CPF, orientação sexual e
quantidade de pregas.
Mal cheguei, já fui acoplado à outra madrinha,
falaram que lado do altar ficaríamos e pronto! Abriram as portas da esperança.
Definitivamente, eu era o padrinho mais bem
vestido e elegante (sendo que a roupa foi alugada no mesmo lugar). BRILHEI. E
me controlando para não chorar e borrar TODA a maquiagem.
Para se vingar do meu atraso, a noiva fez questão de escolher
um padre homofóbico. Ele era até engraçadinho, sabe?
Contava coisas engraçadas, parecia moderno, nada formal. Conversava com os noivos, falava pra ficarem calmos, contava piadinhas. Aí
na hora de dar os conselhos pros noivos, começou um discurso de que era
importante a presença e o pulso da família para criar bem os filhos. Porque a
falta de presença e educação gera filhos drogados, homossexuais.
Oi?
E não parava. Eu o fuzilei algumas vezes com
meu olhar e olhava perplexo para a platéia, composta por amigos gays e outros
amigos que sabem da minha condição pederasta.
Alguns davam risada das minhas caras e bocas de
indignação.
E chegou uma hora que eu não agüentei aquele
discursinho hipócrita.
- Dos padres pedófilos ele não fala, né?
#prontofalei
Lógico que não peguei o microfone da mão dele,
porque não tenho nenhum direito de acabar com a cerimônia da amiga. Mas falei
numa altura que pelo menos metade dos padrinhos ouviu.
Mas não acabou! Tem outros baphos da feshta!
4 comentários:
gente, eu ia ter q fazer mta força pra não abandonar o altar... mas teria que fazer muita força...
Cara amei seu blog....Não cheguei a tanto mas num casamento que estive os pais da noiva eram evangélicos e eu dando pinta e eles fazendo aquela cara de "você vai queimar no fogo do inferno"....
hahahahaha
muito bom!
tu ahaza sempre querido.
imagino os outros baphos!
bjuz
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