quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

mais uma estrela no céu


Desculpe, mas mais uma vez vou adiar o desfecho do meu Reveillon. Não, não sou tão ruim assim.

É que se não fizermos as coisas no timing certo, perdem o sentido. Hoje, o blog está de luto novamente. E não é por algum artista ou celebridade. Hoje, a homenagem é para uma outra diva. E ela não batia cabelo, nem tirou 2 costelas pra parecer mais magra, não ditou tendências de moda, tampouco atingia as notas mais altas. Mas ela fazia uma coisa mais simples: salvava vidas. Zilda Arns.

Me espantei hoje com a quantidade de gente no twitter que não a conhecia. Mas é só falar de BBB que as pessoas sabem nome, idade, tamanho da bunda...

É tão estranho ficarmos tristes pela perda de alguém que não conhecemos, ainda mais quem não estava na mídia o tempo todo, nem fazia parte da minha vida. Mas a morte dela me deixou realmente triste.

Zilda Arns foi a fundadora da Pastoral da Criança. E o que é isso? E o que isso muda a nossa vida?

A Pastoral foi fundada no início dos anos 1980 com o intuito de acabar com a desnutrição e a falta de informação no cuidado das crianças. Onde a Pastoral atua, a taxa de mortalidade infantil despenca: é de 13 mortes a cada mil, enquanto no resto do país, é 20 por mil.

Gilberto Dimenstein, quando entrevistou a Zilda pela promeira vez, escreveu a matéria: Uma vida por 0,50 centavos ou algo assim.

A grande sacada do programa estava aí: muito barato e, ao mesmo tempo, muito eficiente. Usando voluntários, quase todas mães, ele ensinava as mulheres a cuidar dos filhos, com medidas básicas de alimentação e higiene. Mulheres aprendiam a aproveitar a comida usando o que se imaginava ser resto --a casca do ovo, por exemplo, rica em cálcio.

A história de pesar as crianças usando uma balança simples, utilização de alimentos regionais e ingredientes do dia a dia de cada família, a difusão do soro caseiro... tudo isso (acho bastante!) e mais foram frutos do trabalho dela.

Zilda estava no Haiti para implementar o programa lá, onde 80% das pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. Ela estava com 75 anos e estava firme e forte.

Encerro o texto com a declaração de Marie-Pierre Poirier, representante do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no Brasil:

"Ela deixou-nos por força de uma grande tragédia que atingiu o povo do Haiti. Lá ela desenvolvia todo o seu potencial para salvar vidas, fazendo o que mais gostava: trabalhar pelas crianças. A Pastoral da Criança e todas as suas líderes ficaram órfãs de sua criadora, mas não do seu exemplo. Um exemplo voltado para a estruturação de ações comunitárias e firmado na solidariedade entre comunidades, famílias e crianças. Hoje o Brasil é um país melhor porque contou com a contribuição dessa mulher chamada Zilda Arns."





5 comentários:

S.A.M disse...

Que Deus a abençõe por ter dedicado tanto de sua vida aos mais pobres!

O Brasil perde uma de suas maiores filhas.

FOXX disse...

é, q Deus a tenha!

Arsênico disse...

Tb fiquei muito triste...

Minha mãe disse::: Tudo bem... ela viveu bastante!!!

Mas eu discordo... ela tinha muito a viver... e muito mais a ajudar os necessitados...

Perdemos uma das melhores personaldiades do nosso país... alguém muito mais importante que o próprio presidente da república!

David® disse...

nossa...dissse tudo!!! as pessoas q realmente fazem a diferença no Brasil (ou no mundo) não são notadas.

Qdo morreu a tal de Britney Murphy um amigo me ligou pra comentar e eu disse "who?" (estou falando da celebridade e não do ser humano, ok?)

Enfim, o mundo ficou mais pobre

Abs

Unknown disse...

É incrível, mas eu vi pessoas chorando no momento da notícia e fiquei emocionado também. O trabalho que ela fazia aqui no Maranhão era fenomenal.