domingo, 25 de dezembro de 2011

a hora do sim - parte 3


Ela me mandou uma msg dizendo que era impossível ficar parado. Ponto pra mim!

E nas semanas que antecederam o casório, eu tava mais ansioso que a noiva! Tinha palpitações, fiz um intensivo na yoga...

Fui alugar a roupa e eu estava deveras elegante com ela. Mas sabe como é...ela esconde o CORPO que eu suei para deixar definido. Mas fazer o que, néam?



E chegou o Dia D.

Na hora que eu estava todo montado saindo de casa, com assistentes segurando a minha cauda, caiu o maior pé d’água do MUNDO.

Cadê maquiagem? Cadê laquê? Cadê perfume. São Pedro levou TUDO, elzeira do caralho! Invejosa!

E com a chuva, trânsito. Eu recebi um email com orientações dizendo que os padrinhos deveriam chegar com meia hora de antecedência pra treinar a entrada, receber as instruções finais, etc e etc.

Esse tempo já tinha passado há 30 minutos. E eu tava longe da igreja ainda! No caminho, os outros padrinhos se alternavam nas ligações. Acompanhem a evolução do teor das ligações.

- Onde vc ta, Venenoso???

- Venenoso, vc ta chegando?

- Venenoso, aonde exatamente vc está?

- Precisamos saber se entramos sem vc ou te esperamos.

- A noiva já está AQUI.

Olha que maravilha! Eu não queria causar no casamento, ser o centro das atenções?

E não é que eu consegui? Ah, se eu soubesse, não teria gastado TANTO dinheiro na produção, néam?

Cheguei e todos os padrinhos – mesmo os que eu não conhecia – já sabiam meu nome, endereço, telefone, CPF, orientação sexual e quantidade de pregas.

Mal cheguei, já fui acoplado à outra madrinha, falaram que lado do altar ficaríamos e pronto! Abriram as portas da esperança.

Definitivamente, eu era o padrinho mais bem vestido e elegante (sendo que a roupa foi alugada no mesmo lugar). BRILHEI. E me controlando para não chorar e borrar TODA a maquiagem.

Para se vingar do meu atraso, a noiva fez questão de escolher um padre homofóbico. Ele era até engraçadinho, sabe? 

Contava coisas engraçadas, parecia moderno, nada formal. Conversava com os noivos, falava pra ficarem calmos, contava piadinhas. Aí na hora de dar os conselhos pros noivos, começou um discurso de que era importante a presença e o pulso da família para criar bem os filhos. Porque a falta de presença e educação gera filhos drogados, homossexuais.

Oi?

E não parava. Eu o fuzilei algumas vezes com meu olhar e olhava perplexo para a platéia, composta por amigos gays e outros amigos que sabem da minha condição pederasta.

Alguns davam risada das minhas caras e bocas de indignação.

E chegou uma hora que eu não agüentei aquele discursinho hipócrita.

- Dos padres pedófilos ele não fala, né?

#prontofalei

Lógico que não peguei o microfone da mão dele, porque não tenho nenhum direito de acabar com a cerimônia da amiga. Mas falei numa altura que pelo menos metade dos padrinhos ouviu. 

Mas não acabou! Tem outros baphos da feshta! 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

a hora do sim - parte 2


Bom, aí veio uma luz e lembrei que quem tem que aparecer é a noiva, não a madrinha. Ainda mais quando a noiva é amiga e não uma inimiga/rival, néam?





Então escolhi um penteado LUXO, uma releitura do topete de Hebe Camargo com notas de rockabilly. E um sapato ESCÂNDALO. Não, não chega a ser um Christian Louboutin, mas é um que eu ia TOMBAR todos os homens do altar, com um detalhe chinfrado na parte de cima. E a cereja do bolo: suspensórios.

Cabelo, figurino, sapato, perfume, tudo programado.

E a maquiagem?

Um primer pra preparar a pele, uma base pra uniformizar a pele (Sim, sou imperfeito), um pó pra dar uma corzinha e um corretivo pra disfarçar olheiras e imperfeições?

#NOT! Não queria parecer uma drag queen, mas dizem que esse Primer é milagroso, fixa a maguiagem, enfim...

Fui desencorajado por TODAS azamiga a usar maquiagem, então escolhi o básico: corretivo pra olheiras e manchas e um pozinho pra tirar oleosidade e dar uma corzinha. E lóoogico, os meus lencinhos pra tirar a oleosidade, pra não aparecer com a cara brilhando nas fotos oficiais.


A noiva, pra me agradar, me deu uma missão que eu A-D-O-R-E-I: escolher as músicas que vão tocar na feshta.

Passei noites e noites escolhendo o mais dançante repertório de todas as divas. Deixei bem claro:

- Gata, pede pra banda tocar todas essas músicas que vocês héteros gostam, tipo I gotta feeling, axé, sertanejo, Cássia Eller e o escambau, porque o meu setlist é beeeem gay. Daqueles que quem ta no armário sai e quem já ta fora vira drag Queen!

Entreguei o CD nas mãos dela e aí, será que ela gostou?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

adoro!

Gentem, to tão feliz em ter voltado a escrever!

Na verdade, esse post do casório é enorme, então dividi em partes.
O casamento já aconteceu, então, aguardem todos os baphos que aconteceram antes, durante e depois!


As primeiras partes eu já tinha escrito faz um tempinho, mas fui retrabalhando, pois achei que vcs mereciam ver algo mais bem acabado do que o simples relato nu e cru.


Tinha que ter o "toque do venenoso", néam?

Sobre os bofes A e B, foi apenas uma reflexão, mas já tomei a decisão e ela é S-E-C-R-E-T-A! hahahah #vaca E vcs sabem que eu aumento, mas não invento! =P

Aguardem cenas do próximo capítulo! posto logo mais! bjos anonimo.com, SAM, foxx, Rafael, Sol e meus outros queridos leitores.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A hora do sim - Parte 1

Chega uma hora na vida de uma mulher que tudo se volta para um assunto. As conversas de almoço, a barra de favoritos do seu navegador, a caixa de e-mails... A família e os amigos não aguentam mais falar sobre isso: casamento.

Você tá perto dos 30 (pra mais ou pra menos), e fala: é esse! Ou já que não arranjou coisa melhor e tá há anos com o traste, resolve dar um ultimato.

E aí, prepara o bolso e o bolso do futuro marido para queimar milhares e milhares de reais em uma ÚNICA noite.

Calma, gente. Não sou eu que estou casando!



Mas pela enésima vez, fui chamado para ser madrinha padrinho e ocupar um lugar de honra no altar e deixá-lo mais alegre, divertido e colorido.

Amei o convite, né? Na hierarquia do casório, a madrinha só não aparece mais que a noiva! Mas fiz uma única exigência: não quero ser pasteurizado e usar a mesma roupa que os outros padrinhos. Nada de vestido lilás com uma flor no ombro meio fraque igual ao de todos!

Eu já estava pensando em qual gravata escolher para causar, quando a noiva, 1 mês antes do casamento, anuncia:

“Meu noivo quer todos os padrinhos IGUAIS! Eu até falei pra ele: Coooomo vou deixar o Venenoso igual a todos e não deixar ele ir de gravata rosa?? Mas não deu"

E como o casamento não é só dela, tive que aceitar. Aliás, eu sempre incentivo as minhas amigas a ficar com engenheiros, mas depois dessa, começo repensar. Engenheiros são bofes, mas com uma cabecinhaaa....

E eu também não vou muito com a cara dele. Ele é meio bronco, ogro, sabe? Mas se ele a come direitinho e ela diz que ele a faz uma pessoa melhor... quem sou eu pra falar algo, néam?

Olha meu desespero:

- Gata, não dá pra me diferenciar dos outros 9 padrinhos que estarão IGUAIS no altar! Todos de smoking, alugados na mesma loja!! Tenho que brilhar! Vou colocar um adereço na cabeça que nem o seu!

- Venenoso, vc é gay, lindo, criativo e inteligente. Vai conseguir sair dessa!

Será que eu ia usar uma tiara, igual à da noiva? Ou um chapéu de bife cru a la Lady Gaga? Como arrasar e tombar todos os padrinhos no dia da feshta?

Continua...

domingo, 11 de dezembro de 2011

uma vez biscate...

Sempre biscate!



Finalmente encontrei um cara legal. Bonito, gostoso, compreensivo, fofo e machinho na hora que tem que ser.

E to gostando. Não to perdidamente apaixonado, mas ele me conquista nas pequenas coisas do dia-a-dia, como uma palavra de apoio, ou quando fica me esperando durante 1h dentro do carro, enquanto eu saio do trabalho.

Mas não to namorando oficialmente. Não teve nenhum pedido nem nada, estou deixando rolar. Mas sinto que ele quer algo a mais.

E quando o segundo cara por quem vc mais foi apaixonado na sua vida resolve te fazer uma proposta de "relacionamento"? Um estilo de vida em que eu passei meus últimos 2 anos: ver quando dá, sem cobranças, sem pegação de pé, mas com um certo sentimento, admiração mútua e carinho.

E agora?

Confiram os players:

Bofe A:
23 aninhos
mora longe
alto
magro
com carro
sem experiência com homens
pau na média, mas que eu sinto
mora com família
disponível para algo mais sério


Bofe B
40 anos
mora longe
minha altura
encorpado
com carro
com uma pegada, pelamor!
pau na média, mas eu não sinto nada
dois filhos
a fim de um novo tipo de relacionamento