domingo, 29 de agosto de 2010

dating


Era ele. Só podia ser ele.

Cara de mau, barbudo, gostoso. Cheiroso, sorrisão bonito, trabalhador, esforçado. Olhos escuros e expressivos, traços fortes.

Sentado na frente do restaurante, não via a hora de agarrar aquele pescoço e me acabar naquela boca.

Braços grandes, bem desenhados. Subia aquele calor pela nuca imaginando aqueles braços me apertando.

Mas quando abriu a boca... não, não miava. Mas existem duas situações que não suporto: entrevista, ou seja, tenho que ficar perguntando tudo, ou o "engatar a 5ª marcha e fui embora". A noite foi brindada pela segunda opção.

O bonito iniciou um monólogo sem fim. Contei discretamente no meu relógio: 45 minutos de fala ininterrupta. Eu, minha família, meu irmão, meu emprego, meu, meu, meu, eu, eu, eu.

- Eu demoro pra comer, viu?

Pois é, notei. Já tinha acabado o meu prato há tempos e a pessoa ficava brincando com a comida, falando. Bocejos foram inevitáveis. E eu pensei que ele estava satisfeito, mas a tal refeição durou algumas horas.

Gente, eu não sou terapeuta, muito menos recebo pra ficar ouvindo!
Como acabar com toda a produção em uma noite? Então, guys, little less conversation, little more action! #ficaadica


Lógico que precisava compensar todo o tempo perdido investido, né? Depois dei uns belos amassos nele!


***


>>> Voy, mas qtidade não é qualidade!


>>> Rakel, pode deixar que visito sim!


>>> FOXX, AMEEEEI a deeca! Vou procurar uma beeeem da explícita!


>>> David, o meu pode estar no dia do rodízio, carro na revisão, etc... e nem quero um cara que tenha Ferrari. Sabe como é, homem desconta no carro suas frustrações sexuais. Aquele que acelera, pisa fundo, arranca tem ejaculação precoce. E os que tem carro enooooooorme, vc sabe, néam???


>>> Rodrigo, to achando que o que é meu tá escondido, de tão bem guardado! ahhaha

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

gata borralheira


Estou indo trabalhar de busão. Não que isso seja reflexo da minha "nova vida", e sim questão de redução de custos. Pago estacionamento em casa e não vou pagar mais R$ 250,00 para guardar o carro no trabalho, né?

E eu faço yoga de manhã. Então, acordo, escovo os dentes, me troco e saio de casa. Vou suar feito uma porca gorda mesmo! Tomo banho e me arrumo pro trabalho depois da prática.

E lá estou eu, com cabelo amassado e sujo, cara inchada e camisa pra fora da calça. E não ligo. Quer dizer, não ligava.

Mas esta semana, perto da porta do bus, estava sentado o homem da minha vida. Lindo! Moreno, barbudo, de social, tooodo bonitinho. E um olhar... ah, molhei o meu shortinho de yoga. E ele me viu.

Sim, ele me viu e eu tava tooooda cagada. Cabelo zuado e sujo, desleixado na roupa, cheirando "noite passada" e desengonçado, carregando minha mochila, tapete de yoga e uma pasta com meus livros. Imagina a situação do bus às 7h da manhã.

Sabe garotinha nerd de comédia romântica, tipo "Ela é Demais"? Então. Sou a própria!

Mais um marido perdido. tsc tsc

hahahah

***

>>> Gentem, fiquei feliz com os comments, viu? Achei que o blog teria uma debandada já que não pretendo mais falar de glamour, luxo, e etc.

>>> Rafael, pois é, reparo no corte. Mas infelizmente, pra quem é magrelo que nem eu, as peças com corte bom e que eu não fico parecendo nem espantalho nem bissinha manicure são de marcas européias...

>>> David, obrigado! Vamos que vamos!

>>> FOXX, obrigado, gatammm! fiquei ruborizado!

>>> Lord V., sim, estando bem arrumadinho já é suficiente! =)

>>> Rakel, obrigado pela visita, sempre! Fiquei feliz em saber que você curte o meu blog, minhas histórias e meu texto. Continue vindo por aqui e agradeço imensamente a torcida!

domingo, 22 de agosto de 2010

i was just looking for...

... everybody's looking for something.

Nunca uma música fez tanto sentido para mim: I'm so stupid, da Madonna, do mesmo ótimo American Life.

Dê o play e siga a leitura.



Eu sou tão estúpido porque eu vivia em uma pequena bolha
E queria ser como todas as pessoas lindas que estavam ao meu redor
E agora eu sei com certeza, q eu era mais idiota que tudo

Por favor, não me venha com tentações
Isso era apenas ambição e não vai me proteger
Não quero meus sonhos somados a nada!
Eu só estava procurando... todo mundo está em busca de algo

No meu processo de mudança e quebra de conceitos, está a revista TPM #95 como catalisadora. E ela apareceu na minha vida, do nada, indicação de uma amiga sobre uma matéria que não tinha nada a ver com esse assunto. Vc acredita em acaso? Eu não.

Eis que a matéria "Marcas de Luxo? Não obrigada!" veio para dar o golpe de misericórdia no que ainda restava em mim de Glam.

Um papo recorrente entre os meus amigos brasileiros aqui em Nova York é a nossa perplexidade em relação a alguns conhecidos que vêm do Brasil com ânsia de comprar aos montes. Sim, tudo no Brasil está pela hora da morte em comparação aos US$ 9,99 dos EUA. Mas o ponto que nos surpreende é a necessidade doentia de roupas de marca. A calça tem que ser da Diesel. A bolsa, da Louis Vuitton. O óculos, da Chanel. Mas por que alguém “precisa” de uma calça de US$ 290, enquanto na GAP paga-se US$ 19? Pra que desfilar com uma bolsa com logos estampados? Por que a quase obrigação de colocar sobre os olhos uma marca milionária?

Por fora bela viola
Uma das pessoas mais sábias que conheço – e que trabalha com moda há 50 anos – diz que “os mais fracos por dentro precisam de uma autoafirmação por fora. Para eles, essas marcas exercem essa função. Eles saem pela rua que nem outdoors e, assim, sentem-se bem-aceitos pela sociedade, sem ter que provar muita coisa. Pessoas autênticas e seguras não precisam disso”. Concordo.

Leia o restante da matéria aqui, no site da TPM.

E não é a mais pura verdade? Existem momentos da vida que a gente lê uma matéria dessas e passa batido. Em outras, lemos e achamos besteira. Mas existe o tempo em que lemos e tudo bate, faz sentido.

Usar marcas para ser aceito por uma sociedade que valoriza o que mesmo? O amor, o caráter e a verdade? #NOT!

Então, não, obrigado.

Isso quer dizer que vou praticar o desapego total, vender meu carro, virar hippie, deixar de me depilar e andar de chinelo? Que vou queimar minhas camisas Zara, minhas calças Ellus e meu tricot Armani? Não! Eu vou continuar andando bonitinho, bem arrumado, eu gosto disso. Eu sou assim.

Mas é o peso e o valor que dou para isso que mudou.

Luxo para mim é o tempo que passo com minha família, meus amigos. É um café para desabafar. É um açaí para confissões. É uma viagem com pessoas que amo muito. É passar conhecimento. É um boteco para dar risada. É um jantar na casa de amigos.

***

>>> fenix, obrigado pelo email! te respondi! ;-)

>>> tks, FOXX!

>>> Arsênico, vivia em uma eterna dualidade. Agora, sou mais autêntico.

>>> Sol LINDA, eh isso mesmo. Não me resumia só a isso, mas esse lado glam era muito almejado e perseguido por mim

>>> Daviiiiid! Me conta TUDO! Já mudei a direção e os ventos estão a favor!

>>> Lord V., sim, a frase é certa, mas dessa vez não estou dando nenhum passo pra trás! Estou em busca da felicidade

>>> Allyson, obrigado! Entendo que essa fase da Madonna é uma das menos divulgadas por motivos óbvios. Infelizmente, viado só quer saber de glamour e dançar, dançar e dançar, por isso o disco seguinte foi o rebolativo Confessions on a dancefloor (que eu adoro tb).

sábado, 14 de agosto de 2010

change of mind

Este blog vai mudar.

O q especificamente, Venenoso?

Hmmm... não vai virar blog evangélico, muito menos hétero! ehhehe

Assumo: tudo o que eu sempre quis foi viver em Sex & The City. Tomar Cosmopolitan, ir a lugares badalados, usar roupas de grife e arrasar. Se não em NYC, em Sampa.

Lógico que não era só isso. Cuido do corpo, da mente e da espiritualidade, faço trabalho voluntário, ajudo velhinhas a atravessar a rua e uso caixas de papelão quando vou ao supermercado.

Mas não vou negar que o que eu vivia e almejava era uma vida de luxo e glamour.
Pois bem, posso dizer que cheguei lá. Entrei para este mundo, entrei neste mercado profissionalmente. Meus olhos brilhavam quando fiz a seleção. Queria brilho para mim. Queria esse "sonho americano".

E, quando finalmente alcancei, vi que tudo isso é muito pouco pra mim. Não que eu queira mais e mais! No entanto, achei tudo muito bobo, feio, vazio, superficial - e lógico, fútil.

Mas isso é óbvio, não é? Não! Sendo viado, morando em Sao Paulo e tendo acesso a tudo isso, você acaba saindo da realidade.

O que vc faria quando tudo aquilo em que vc acredita e trabalha por, rui? Pois bem, é isso que aconteceu com a minha cabeça nos últimos dias. Sim, teve um dedo divino nisso. As fichas foram caindo dia a dia. A cada instante, um novo fato era apresentado para mostrar que esse não era bem o caminho.

E Graças a Deus, essa venda foi tirada pelo lado profissional, e não às custas de uma doença ou até mesmo da minha vida.

E o meu suor é dedicado a que? A fazer um mundo melhor ou continuar enchendo o rabo dos ricos de dinheiro? A segunda opção, infelizmente.

E o que vc vai fazer? Não sei.

Só sei que ultimamente tenho ouvido American Life da Madonna e isso tem feito um sentido absurdo na minha vida.

Vamos relembrar o polêmico clipe de American Life? Esta é a "director's cut", uma versão que nem a MTV exibiu. Mostra corpos mutilados e a crítica à Guerra.




Quem quiser saber mais sobre este clipe e por que a Tia desistiu dele, me pergunte. Chorei na primeira vez que o assisti. Acho FODA.

Enfim, coloco uns trechos da letra que realmente fazem sentido para mim now (agora, em inglês) com alguns comentários.

I tried to stay ahead,I tried to stay on top
I tried to play the part
But somehow I forgot Just what I did it for
And why I wanted more
This type of modern life - Is it for me?
This type of modern life - Is it for free?

> Por que, mesmo, que eu fiz tanto para estar no topo?
>Tentei atuar, me fazer pertencente a isso, mas só consigo sentir asco
> Não, este tipo de vida moderna não é pra mim.


I'm just living out the American dream
And I just realized that nothing Is what it seems

> voltei para a Luz, Carolaine! =)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

hare baba!



A última vez que eu fui pro Rio, a novela das 9 ainda era Caminho das Indias.

E eu estava com azamiga, fervendo mais que água na chaleira e pulando que nem pipoca.

E quando passei pelo arpoador, estava só de shortcheenho.

E na praia, fazendo barra, vi o ator André Arteche, aquele indianozinho da novela que era apaixonado pela "Solineuza". Vcs lembram?

Pois então. Ele ficou olhando pra mim, mas ele tava de camiseta larga e eu achava aquele cabelinho dele uó. Lambido-escorrido.

E neeeeem dei bola.

Taí que duas semanas depois, vejo fotos dele correndo na praia de sunga.

Manja arrependimento mor?




****


>>> Gente, sem respostas para o post anterior. Matei o assunto com o texto, ok?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

não quero acreditar mais


Eu não aprendo. Mantenho ainda um perfil nesses sites de relacionamento, acreditando que talvez seja mais uma forma de achar meu príncipe encantado.

E desta vez, pensei que tivesse achado. Fisicamente, do jeitinho que eu gosto. E o perfil batia com o que um vidente disse sobre meu futuro marido.

Os primeiros dias de conversa foram difíceis. Eu perguntava e ele respondia monossilabicamente. Mas, apesar dos olhos puxados, sou brasileiro e não desisto nunca! E insisti.

Ele disse que estava em um momento difícil, “ajeitando a casa” e que estava sem muito interesse em conhecer gente nova e talz. Estava curando coração partido, indo com calma. E eu acreditei.

Parecia um trabalho de reabilitação ou mesmo de cuidado com cães que foram judiados. Pouco a pouco, havia progressos. Cada dia eu ouvia mais, aprendia mais dele. Consegui arrancar algumas risadas, mais histórias de vida. E o papo estava gostoso à beça.

Convites para sair recusados. Mesmo deixando bem claro que não era um dating, e sim, uma forma de conhecer melhor. "Não sei", "Talvez". E eu acreditei.

[Devia ter lembrado mais do livro “Ele simplesmente não está a fim de você”. ]

Mas sempre vinha aquele pensamento idiota falando “insiste, vc tah reabilitando o bofff”. Mas tentei dar tempo ao tempo, já que cada um tem o seu timing.

Time to heal and restore himself worth too. – Pensei.

Um dia ele deixou escapar que quando conhece um cara legal, tem medo de magoar e acaba se afastando. E eu acreditei. Achei que era meu caso. E o que fazer? Ser um FDP? Pisar? Atacar o ponto fraco? Acabei indo pro lado oposto e me mostrei deveras prestativo, atencioso, carinhoso e disponível.

O que eu estava querendo com isso, meodels? Mostrar que era diferente dos outros. Que comigo ele poderia contar. Que eu estaria sempre lá. Será que eu ganharia pontos com isso?

Mostrei ATITUDE sem ser desesperado. Mostrei minha barriga sarada. Mostrei o meu melhor.

Eis que vejo uma frase carinhosinha nas mídias sociais. Não foi pra mim, certeza. Fiquei meio jururu, mas não dei muita bola. Aí vem o golpe de misericórdia: status “namorando” minutos depois.

E a história de ajeitando a casa? E a história de que estava num momento difícil e que não tava a fim de conhecer gente nova? Então tá.

Mais uma mentira branca? “Para não magoar”? Nessas horas eu prefiro a sinceridade cruel. Dói, mas passa. Arde, mas liberta. Não dá gosto de esperança.

E como diz Jewel Kilcher, “I just shouldn’t think anymore tonight”

Boa noite.


***


>>> Sam, não me deixa envergonhado! hahahah


>>> FOXX, nem tanto da fada sininho. O desespero não bate mto não.


>>> Ai Marco! Boa!!!! Sou uma rosa então


>>> Fenix, da onde vc eh? heheheh me manda um email!


>>> Lord V, como assim? Deve ter gente que te quer por perto sim!


>>> Sexy, mas às vezes temos que mudar algumas coisas pra conseguir outras. Mas tomo cuidado para manter a essência.